domingo, 26 de maio de 2013



1OO ANOS DO REI DO BAIÃO

Em comemoração ao centenário de Luiz Gonzaga em Dezembro de 2012, escrevi estes pequenos versos abaixo para homenagear este ícone da cultura nordestina. 

                     I
Canta, canta sabiá
no galho do juazeiro
lembrando a triste partida
de Gonzaga sanfoneiro
rei do xaxado e baião
que cantou com emoção
o nordeste brasileiro


                  II
Até mesmo a asa branca
sente a dor no coração
bateu asas e foi embora
no luar do meu sertão
Assum- preto ainda usa luto
mesmo cego sente o vulto
do adeus de Gonzagão


                  III
Adeus, adeus xanduzinha
adeus, também cintura fina
não terá a mesma essência
o cheiro da Carolina
se queres ver um tocador
olha pro céu meu amor
do alto de uma colina

                     IV
Deu adeus a Cacimba Nova
deu adeus a Exu seu torrão
que muitas vezes com festa
aplaudia o seu baião
vira e mexe foi tocar
para São Pedro dançar
nas quadrilhas de São João

   
                    V
Cantou a vida do viajante
como acauã que voava
no meu pé de serra
o boiadeiro escutava
ele dizer “oia eu aqui de novo
e com a sanfona do povo
multidões ele alegrava


                   VI
Esse ano comemora-se
100 anos de sua idade
e seu baião se ouvirá
por toda eternidade
sua voz é uma canção
que irriga o coração
com as lagrimas de saudade


Isaias Eduardo Santa Rosa ( Poeta Santa Rosa)

terça-feira, 14 de maio de 2013


A CHUVA NOS DEVOLVEU
TUDO QUE A SECA LEVOU

I
Menino pulando na lama
em desmedida euforia
casal vibra de alegria
se esquentando na cama
tambor na bica derrama
é o inverno que chegou
o barreiro transbordou
barragem, açude encheu
a chuva nos devolveu
tudo que a seca levou

 
              (Imagem retirada da internet)

II
Lençol de grama escondendo
ossada de animal
a rama do juremal
o gado já ta comendo
a seca que tava ardendo
chute na bunda levou
a chuva lhe expulsou
a fome aqui já morreu
a chuva nos devolveu
tudo que a seca levou

         (Imagem retirada da internet)

III
Ouço na mata uma festa
é sinfonia da passarada
como uma orquestra animada
ecoando na floresta
variedade como esta
bem-te-vi, sabiá assobiou
bigode, azulão, concriz pintou
campina, sanhaçu, pedrês nasceu
a chuva nos devolveu
tudo que a seca levou

           (Imagem retirada internet)

IV
Um cachorro acuando
a morada do preá
e no pé de trapiá
um tinbú se entocando
camaleão camuflando
com medo do predador
raposa na mata entrou
tejuaçú se escondeu
a chuva nos devolveu
tudo que a seca levou

          (Imagem retirada da internet)

V
Vejo a florada formosa
no galho da catingueira
mororó, marmeleiro,quixabeira
cumaru, juazeiro, amorosa
mofumbo, jucázeiro, pau rosa
feijão brabo, urtiga branca brotou
a abelha o pólen já coletou
um jardim na mata floresceu
a chuva nos devolveu
tudo que a seca levou


            (Imagem retirada da internet)

VI
Um capote no chiqueiro
Um peru fazendo roda
Pavão inventando moda
Ganso vigia o terreiro
Galo canta no puleiro
Pato no lago nadou
Galinha anunciou
Que o ovo já desceu
a chuva nos devolveu
tudo que a seca levou


          (Imagem retirada da internet)



FIM


ISAIAS EDUARDO (Poeta Santa Rosa)